O rio Itapecerica de Divinópolis requer maior atenção


Chegou a hora de fazer as contas e ver o que vai sobrar do rio Itapecerica e dos mananciais que o alimentam. Politicagem de lado, mangas arregaçadas, espírito de cooperação e mutirão (como estimulava o saudoso Simão Salomé de Oliveira), são as melhores atitudes.
Memórias de uma época - VI

20170603

Revisão viral

Todo mundo tem direito à sua própria opinião, 
mas não aos seus próprios fatos.
Daniel Patrick Moynihan

O jornalista sueco Jack Werner, especialista em checagem de informações, produziu um guia adotado pela ‘International Fact-Checking Network’, por ocasião do Dia Internacional do ‘Fact-Checking’ (2 de abril), para desvendar boatos nas mídias sociais.

No Brasil, o jornalista Sérgio Spagnuolo (do site de checagem ‘Aos Fatos’) também produziu um guia semelhante, que pode ajudar a não escorregar em boatos e mentiras replicadas na internet.


Ꙭ. Guia de Jack Werner

» 1 Reconheça — Lendas urbanas e boatos seguem um formato específico. Geralmente, têm poucos detalhes e possuem uma trama cujo fim é frequentemente dramático, triste, nojento, esquisito ou engraçado.

» 2 Procure pelo viés ideológico — Pessoas compartilham factoides para reforçar suas crenças pessoais. Por isso, as preferências ideológicas do narrador podem ser usadas a seu favor na hora de checar.

» 3 Procure por nomes, lugares, datas e imagens — A maior parte das lendas urbanas mais antigas distorciam detalhes de quando e onde ocorreram, bem como quem eram os envolvidos. Nas redes sociais, mesmo as histórias cujo foco são pessoas comuns, boatos geralmente vêm acompanhados de imagens, nomes e lugares.

» 4 Leia os comentários — Comentários são frequentemente destrutivos, mas eles podem ser valiosos como fonte de pesquisa. É comum que haja alguns sabichões (como eu mesmo) questionando a história antes mesmo de você tê-la escrutinado.

» 5 Procure pela fonte — Boatos dificilmente têm origem numa testemunha ocular ou mesmo no personagem central da história. Em vez disso, a fonte normalmente é descrita como "o amigo do primo do sobrinho do irmão do meu pai".

» 6 Procure por elementos centrais da história — Procurar por elementos-chave da história no Google e no Facebook pode ajudar a encontrar diferentes versões. Muitas versões diferentes da mesma história são indicadores de que você está diante de um boato.

» 7 Pergunte às pessoas envolvidas na história

» 8 Consulte especialistas — Se checadores não verificaram a história ainda, procure-os. Não esqueça, contudo, de estudiosos que pesquisam o assunto. Eles podem dizer se reconhecem o boato como tal ou se é uma nova lenda urbana. Se forem realmente bons, estarão à disposição para ajudá-lo, sobretudo porque eles mesmos querem saber o que há de novo no mundo da boataria.

» 9 Descreva com detalhes — O que quer que você escreva, assegure-se de seguir os passos mencionados aqui. Uma checagem que aborda de maneira rasa a história falsa não é tão convidativa quanto aquela que mostra o caminho da sua investigação, os elementos de outras histórias semelhante e o impacto que essas mentiras podem ter na sociedade. Compartilhe tudo! Isso fará com que a checagem fique mais interessante e mais persuasiva.


Ꙭ. Guia de Sérgio Spagnuolo

» 1 Busque fontes confiáveis — Por mais que você possa ter suspeitas sobre o posicionamento da dita imprensa tradicional, veículos conhecidos, como jornais, revistas e sites de grandes empresas são fontes legítimas de informações factuais.

» 2 Questione — Não é raro que veículos jornalísticos usem dados de instituições e estudos pouco confiáveis. As motivações podem ser diversas: as informações podem revelar fatos curiosos, podem confirmar teses que o veículo apoia, podem aumentar a audiência, podem ser resultado de erro.

» 3 Certifique-se de que no texto há referências — Vários veículos independentes têm surgido no Brasil nos últimos anos, o que é bom para a pluralidade de opiniões e de narrativas. É comum, entretanto, que muitos deles usem sua popularidade nas redes para advogar por causas específicas, baseando-se mais em opiniões incendiárias do que em fatos.

» 4 Olho na linguagem — Textos com linguagem carregada de adjetivos ou conotação pejorativa tendem a trazer informações falsas ou distorcidas.

» 5 Veja se o texto está assinado e se é possível contatar o veículo — O ato de assinar um texto é mais do que mera vaidade de um jornalista: ao lado do veículo para o qual trabalha, ele também está assumindo responsabilidade pelo conteúdo produzido.

» 6 Redes sociais são um começo, mas não a melhor fonte — O simples fato de uma pessoa articulada publicar alguma opinião ou comentário nas redes sociais não faz dela uma especialista. Por isso, é sempre bom lembrar: internet não é fonte; é meio.

Quem quiser expandir-se mais neste conhecimento, deve acessar os guias da biblioteca da Cornell University [+] ...

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20170422

Brasileiro ou brasiliano

Hoje é um dia especial para colocar
o Brasil em perspectiva

Bem antes de 1500

Conhecido dos portugueses da Tercena Naval de D. Henrique I, o Navegador, bem antes de 1500, o nome "Brasil" já constava de um mapa elaborado por mareantes e cientistas da escola naval de Sagres. Esse mapa de 1436 encontra-se na mapoteca do Itamaraty.

A carta induz a pensar que "Brasil" foi um dos nomes que os mareantes deram a esta parte do continente (percebido como uma ilha longínqua), alcançável por correntes marítimas. Para os navegadores, era a "ilha das árvores vermelhas", madeiras pesadas de cerne e seiva vermelhos como um braseiro. Para os tupi/ guarani era Pindorama (Terra das Palmeiras).

Depois que os navegadores portugueses finalmente tomaram posse das terras em 22-04-1500, havia muita indecisão quanto ao nome a ser dado à "ilha":

Ilha de Vera Cruz (1500)
Terra Nova (1501);
Terra dos Papagaios (1501);
Terra de Vera Cruz (1503);
Terra de Santa Cruz (1503);
Terra de Santa Cruz do Brasil (1505);
Terra do Brasil (1505);
Brasil (1526).

Percebe-se nesses nomes a influência marcante dos navegadores portugueses remanescentes dos Templários ("Cavaleiros da Ordem de Cristo") e instruídos na "tercena naval de Sagres".

֏
O gentílico “brasileiro”

O gentílico 'brasileiro' popularizou-se na Europa, principalmente, entre os portugueses, por causa dos traficantes franceses que extraíam e comerciavam o pau-brasil (Caesalpinia echinata) na Europa.

A Constituição Imperial de 1824 poderia ter oficializado o gentílico “brasiliano”, mas ainda sob forte influência portuguesa, os constituintes optaram por “brasileiro” – mesmo sendo adjetivo ou substantivo não usado em outras línguas. Em italiano é “brasiliano”; em alemão: “brasilianer”; em inglês: “brasilian”; em francês: “brasilien”; em espanhol: “brasileño”; em russo: “brasilisky”; em grego é “brasilianos” – como lembra o Pedro Flora.

Mas, o que isso pode ter a ver com nossa gente e nossa pátria?

Tenho procurado essa resposta e hoje a encontrei num artigo analítico do empresário brasiliano Thomas Korontai, escrito em 2009, com a mesma preocupação. O sufixo “-eiro” torna depreciativa a nacionalidade, por remeter a algo ilegal como ocorreu com o pau-brasil e com ouro contrabandeado.

֏
Ser brasiliano é outra coisa

“Ser brasiliano é ser cidadão de verdade, de primeira classe, que não aceita mais imposições estúpidas, embora legalmente válidas, que invadam sua privacidade, relativizem seus direitos, não aceita ser extorquido, não espera tudo pronto – faz acontecer.

“Cidadão não diz que a política é abjeta, pois se a mesma estiver sendo, toma providências, não apenas reclamando, denunciando, o que já é importante, mas agindo objetivamente quando está diante de um projeto objetivo de transformação, seja local, estadual ou nacional. Não se omite, não diz que “isso não é comigo”.

“Cobra de quem prometeu, guarda os nomes em quem votou. Participa de partidos políticos e exige ser ouvido e que a democracia nos mesmos seja a mesma que tanto defendem em discursos e programas.

“Ser brasiliano é ser cidadão que sabe que as ações locais, com responsabilidade local, é o certo, pois financiar um grande paizão federal é burrice, ele sabe que aonde se concentra dinheiro e poder sobre corrupção e bandalheira.

“Ser brasiliano e exigir e agir por um País melhor a cada dia, assim como por seu estado e seu município, seu bairro e sua Família, até por sua empresa, seja como patrão ou como empregado.

“Ser brasiliano é deixar de ser “eiro”, deixar de financiar embusteiros, de, como súditos, pagar a conta da corrupta realeza que se encastelou em Brasília.

“Ser brasiliano é ser humano de verdade. Ser brasiliano é ser dono de sua vida, é ter direito para buscar sua própria felicidade, respeitando sempre o espaço de outros brasilianos.”



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