Velhas alianças rachadas
Não só transformações climáticas e geológicas estão afetando o planeta, mas também as mudanças na política mundial, com o surgimento de novos atores e a nova superpotência chinesa.
A crise com epicentro nos Estados Unidos vai alcançando com intensidades diferentes cada região do globo. Marolas, em poucos casos; em outros, ondas poderosas capazes de abalar velhas alianças e abrir espaço para novos atores, permitindo vislumbrar grandes mudanças.
É a ascenção da China, capaz de suplantar os EUA; é Alemanha se distanciando de Washington e se aproximando da Rússia; a Turquia se distanciando de Israel e se aproximando da Síria e do Irã; o Japão colidindo com a política militar do Pentágono e acenando amistosamente para a China.
São os setores da União Européia pedindo a entrada da Rússia na OTAN; o Brasil contrapondo os interesses nacionais aos da Casa Branca; e os economistas da Alemanha e da França cogitando criar o Fundo Monetário Europeu, desconfiados da seguraça de Wall Street e do dolar.
É o “começo de um profundo rearranjo que não deixará nada em seu lugar”, prevê o jornalista/pesquisador Raul Zibech (31-Mar-2010), após analisar algumas mudanças em andamento.
“A profundidade da crise em curso debilita o papel dos EUA no mundo, a tal ponto, que toda a rede de alianças tecida desde 1945 está fazendo barulho. Os ruídos se escutam nos rincões mais inesperados do planeta, e ainda que não tenham a envergadura dos casos estudados, merecem um acompanhamento para confirmar o crescimento da tensão nas relações internacionais” (Zibech, 2010).
[Raúl Zibechi, jornalista, pesquisador da Multiversidad Franciscana de América Latina].
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