O rio Itapecerica de Divinópolis requer maior atenção


Chegou a hora de fazer as contas e ver o que vai sobrar do rio Itapecerica e dos mananciais que o alimentam. Politicagem de lado, mangas arregaçadas, espírito de cooperação e mutirão (como estimulava o saudoso Simão Salomé de Oliveira), são as melhores atitudes.
Memórias de uma época - VI

20110506

A terceira morte de Bin Laden

Um corpo foi lançado ao oceano Índico pelos tripulantes do porta-aviões USS Carl Vinson. Poderia ser de Bin Laden, mas poderia ser de qualquer outra pessoa


Em todo caso, parece que não foi fácil capturar o xeque Bin Laden. Uma das missões mais prolongadas e caras em que o Estados Unidos e seus aliados se envolveram. Foram 10 anos de buscas, mais de 900 mortes, mais de um trilhão de dólares. Agora, o inimigo ideal está morto, por execução sumária em seu esconderijo na cidade turística de Abbottabad (Paquistão).

Muitas considerações foram feitas sobre a controvertida ação militar dos EEUU. À luz do direito internacional, houve uma invasão militar no Paquistão (que não sabia da missão), configurando-se um crime. Outra questão foi o destino do corpo de Bin Laden que, segundo a tradição islâmica, deveria ser enterrado e não jogado no mar. Detalhes da operação, cercados de incoerências, desinformação e mentiras, chegaram a dar a impressão de que o xeque da Al Qaeda não tinha morrido ou se tivesse o fora por métodos inaceitáveis pela ética mundial.

Segundo o colunista Walter Hupsel (Yahoo), o assassinato de Osama Bin Laden pode ser interpretado de duas maneiras:
[...] ou se acredita que foi um ato de uma guerra, ou aquilo foi simplesmente uma execução sumária, um crime com o agravante da ocultação de cadáver. Queima-de-arquivo (alguém aí lembra como surgiu a Al Qaeda? As ligações dos Mujahedins do Afeganistão com a CIA? Da amizade de Bin Laden com a maior ditadura árabe, a saudita, que é o grande aliado dos EUA no Oriente Médio?).
Segundo Hupsel, Osama ganhou notoriedade e legitimidade entre os muçulmanos cansados das interferências dos EUA nos seus países e se tornou o catalizador dos fundamentos islâmicos. Foi um ícone, “contraditoriamente bem ‘ocidental’, bem estadunidense” e provocou medo e terror pelo mundo. Tornou-se um inimigo de fachada dos Estados Unidos ao assumir a destruição das torres gêmeas de Nova Iorque, em 2001 (“um sonho que se transformou em realidade”). Com esse feito, abriu espaço para que os Estados Unidos interviessem em qualquer lugar do planeta sob o argumento de que ali possa estar uma ameaça à paz mundial.
Além do mais, o ‘patriot act’ suspendeu garantias e direitos individuais, deu ao governo dos EUA poderes nunca vistos numa democracia, suspendeu o direito de defesa pra qualquer um que fosse por eles declarado 'suspeito' de ser terrorista. Criou um vazio jurídico, um não lugar, a exceção. (...) Osama foi fundamental para os devaneios dos “neo-cons”. Deu a eles o que queriam. E estes moldaram o começo do novo século.

Al Qaeda também não convence sobre morte

Cinco dias depois de o presidente estadunidense Barack Obama anunciar a morte de Bin Laden, em uma operação militar no Paquistão, a Al Qaeda prometeu que se manterá no caminho da luta armada. Em mensagem em fóruns islâmicos da internet, confirmando a morte de seu líder, a AlQaeda prometeu vingança contra os Estados Unidos e seus aliados, incluindo o Paquistão.
O sangue de Bin Laden permanece, com a permissão de Alá Todo Poderoso, uma maldição que persegue os americanos e seus agentes, e irá atrás deles dentro e fora de seus países (...)

Sua felicidade irá se transformar em sofrimento, e seu sangue irá se misturar com suas lágrimas"

Fazemos um apelo ao nosso povo muçulmano no Paquistão, em cuja terra o xeque Osama foi morto, para levantar e revoltar-se para limpar essa vergonha que tem sido associada a eles por um grupo de traidores e ladrões... e no geral, para limpar seu país da imundice dos americanos que espalham a corrupção dentro dele. (Reuters - Grupo SITE - Trad. David Morgan)

Controvérsias se acumulam na mídia mundial

O jornalista Enrico Piovesana (do site italiano PeaceReporter), escreveu matéria sobre a morte de Bin Laden, lembrando que esta seria sua terceira morte.

A precipitação com que os EEUU se desfizeram do corpo de Osama, jogado ao mar em menos de 12 horas depois de sua execução, sem possibilidade de uma confirmação confiável e independente de sua identidade,
[...] alimenta inevitavelmente dúvidas e suspeitas sobretudo porque, segundo numerosas fontes fidedignas, o xeque saudita morrera em dezembro de 2001 e segundo outros, em agosto de 2006 (Piovesana, 2011).
Pelo que se recorda, Bin Laden sofria de problemas renais; tanto que, em 2000, foi enviado para seu palácio em Kendahar uma máquina de diálise (Le Figaro, 2000). Mas parece que isso não foi o suficiente, pois sua doença agravou-se muito em 2001, requerendo cuidados médicos avançados no Hospital Americano de Dubai, onde recebeu visitas de velhos amigos da CIA. Segundo a CBS News, na véspera de 11 setembro de 2001 (ataques às torres do WTC), ele estava internado no Hospital Militar Pakistani (em Rawalpindi)..

Segundo declarações de um lider talibã, publicadas em fins de 2001, pelo diário Pakistan Observer, depois dos ataques dos EEUU contra o Afeganistão, as condições de Osama se tornaram críticas. Obrigado a fugir sem parar, o líder da Al Qaeda já não podia receber tratamento diário de diálises, vindo a falecer em meados de dezembro de 2001, quando escapara de Tora Bora. Esta versão foi confirmada pelo presidente paquistanês Pervez Musharraf, que declarou à CNN, em janeiro de 2002, acreditar na morte de Osama porque ele estava muito mal dos rins.

Apesar dessas informações serem convincentes, autoridades do serviço secreto saudita disseram que ele não morreu em 2001, mas sobreviveu até 23 de agosto de 2006, dia em que faleceu no Paquistão, vítima de complicações renais e paralisia dos órgãos internos por febre tifóide. O serviço secreto francês confirmou a informação na época.

Anos depois, em 2009, o presidente paquistanês Asif Ali Zardari, disse à NBC News, não acreditar que Osama estivesse vivo, e tinha “forte sensação e razões para acreditar, depois de haver falado com a inteligência estadunidense”.

E Vc., acredita na morte do xeque saudita Osama Bin Laden? Acredita na Al Qaeda? Acredita no governo estadunidense? No governo atual do Paquistão?

0 Comentário(s):

  © The Professional Template desenhado por Ourblogtemplates.com 2008 e adaptado por Flávio Flora 2009

Voltar ao TOPO