O Sol e o aquecimento global

O maior desafio da humanidade, não é o aquecimento global. É o desafio de distinguir a realidade da fantasia, a verdade da propaganda.

Não é de hoje que o aquecimento global é tema de estudos científicos e místicos, mas foi depois do sombrio documentário do ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore, "Uma Verdade Inconveniente", ganhador de dois Oscar este ano, que muitas pessoas passaram a admitir os problemas do efeito estufa e das mudanças climática e a se preocupar.

No entanto, segundo o pesquisador Bjarne Andresen – do Instituto Niels Bohr, da Universidade de Copenhague – "todo o debate sobre o aquecimento global é uma fantasia". Segundo ele, o método utilizado para determinar o aquecimento global e suas conseqüências "é mais político do que científico". Em artigo publicado na revista "Journal of Non-Equilibrium Thermodynamics", este afirma que o conceito de "temperatura global" é uma impossibilidade termodinâmica e matemática:

"Não faz nenhum sentido falar em uma temperatura global para a Terra", porque existem elementos em todo o planeta que não podem simplesmente ser somados e divididos. (Estadão, 27/03/07)

COMO FAREMOS COM O SOL?

O aquecimento do sol é uma variável do aquecimento global pouco considerada pelos meios de comunicação, mas muito observada pelos astrônomos. Segundo Richard Willson (pesquisador da Columbia University e do NASA’s Goddard Institute for Space Studies), o aumento da temperatura solar contribuiu com algo entre 10 e 30% do aquecimento global, registrado apenas entre 1980 e 2002. E, segundo consta, isso vem ocorrendo desde antes do início do século XX. Então, qual a conexão entre o comportamento humano e o estado do nosso Sol? O que ficaremos proibidos de fazer para evitar o incremento da atividade solar?

AS TERRAS INFINITAS

Não faz sentido também o Brasil concentrar sua contribuição à luta contra o aquecimento global, aderindo à restrição do consumo de combustíveis fósseis. A tese de que a expansão do etanol será o grande aporte brasileiro ao combate planetário contra o aquecimento da Terra não se sustenta. A não ser que a gente acredite que os brasileiros, os africanos e outros conseguirão expandir as culturas de cana-de-açucar, milho, mandioca etc. para a produção de etanol, que possa substituir a gasolina em megamercados como Estados Unidos, Europa e Japão, sem derrubar mais árvores ou degradar a terra.

Ou conforme avalia Alon Feuerwerker – editor de Política do Correio Braziliense - sem reduzir a área plantada de grãos e a área destinada à produção de carne, num mundo em que a demanda por alimentos é cada vez mais crescente. E mais crescente ainda será “caso o etanol, como prometem os seus profetas, sirva para incluir no mercado centenas de milhões de pobres”. Essa fantasia de "terras infinitas", inspirada no tamanho do território brasileiro, também é uma tese furada.

NAS COSTAS DO CONSUMIDOR

É hora de uma conversa séria sobre o assunto do aquecimento global, do capitalismo e da forma como os movimentos progressistas abordam o tema. As maiores nações industriais não estão preparadas para enfrentar seus desafios ambientais e fazer o que é necessário para deter o processo de mudanças climáticas. A forma que encontraram para superar os efeitos do aquecimento foi criar um conceito 'verde' e, com hábil apoio governamental, montar uma enorme campanha de propaganda cujo único objetivo é transferir a responsabilidade das alterações climáticas para o consumidor. E o que é pior: o movimento ambientalista corre o risco de se tornar cúmplice nesse processo.

Então, o que temos de fazer é cuidar do (e sustentar o) meio ambiente onde vivemos, usar racionalmente os recursos naturais disponíveis, combater a poluição local, estimular o exercício da cidadania, buscar o desenvolvimento cultural (em várias fontes) e aprimorar o Espírito. Para não haver surpresas!

O MAIOR DESAFIO

O maior desafio da humanidade, não é o aquecimento global. É o desafio de distinguir a realidade da fantasia, a verdade da propaganda. Diariamente, devemos decidir se as ameaças que enfrentamos são reais, se as soluções oferecidas fazem alguma coisa, ou se os problemas (que nos dizem existir) são de fato problemas reais ou não-problemas. Como pontua Michael Crichton, “nossa luta para determinar o que é verdade é a luta para decidir qual de nossas percepções são genuínas, e quais são falsas” porque são dadas, ou vendidas, ou geradas por nossas esperanças e medos.

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