O rio Itapecerica de Divinópolis requer maior atenção


Chegou a hora de fazer as contas e ver o que vai sobrar do rio Itapecerica e dos mananciais que o alimentam. Politicagem de lado, mangas arregaçadas, espírito de cooperação e mutirão (como estimulava o saudoso Simão Salomé de Oliveira), são as melhores atitudes.
Memórias de uma época - VI

20100309

Mulheres, vulneráveis ao aquecimento global

As mulheres são mais vulneráveis que os homens aos efeitos do aquecimento global, representando cerca de 80% dos refugiados do planeta

Campo de refugiados de Djoran, fronteira nordeste entre o Chade e o Sudão

O aquecimento global não ameaça igualmente todas pessoas, considerando-se que os impactos na produção de alimentos, as severas tempestades e as secas, entre outros fatores, atingem as nações mais pobres com maior intensidade do que as mais ricas, e atingem mais as mulheres que os homens.

De acordo com o estudo "Gênero e agenda das mudanças climáticas", publicado esta semana pelo Women's Environmental Network (WEN), com sede no Reino Unido, mais de 10 mil mulheres morrem a cada ano por causa de desastres relacionados ao clima, como tempestades tropicais e secas, frente a um total de apenas 4,5 mil homens.

As mulheres compreendem também 20 milhões de um total de 26 milhões de pessoas que tiveram que sofrer deslocamentos por causa do aquecimento global. Essas discrepâncias são ainda mais fortes em países onde falta igualdade de gêneros.

Estudos de desastres em 141 países descobriram que, nos locais onde a igualdade dos sexos já está mais consolidada, houve pequena ou nenhuma diferença no número de mortes de homens e mulheres. Mas onde os direitos da mulher se encontram comprometidos, a mortalidade feminina é mais alta.
Em muitos países em desenvolvimento, a intensificação da escassez de água liagada ao aquecimento global está aumentando a distância que as mulheres precisam percorrer para buscar água e combustível, e isso significa que as crianças, especialmente as meninas, não vão para a escola para ajudar nessa tarefa quase sempre exaustiva.
O relatório da WEN aponta que mais mulheres do que homens vivem na pobreza, sendo "mais provável que elas tenham pegada ecológica abaixo da média", que estejam mais ligadas do que os homens em projetos comunitários para combater o aquecimento global e mais propensas a considerar o impacto ao meio ambiente na tomada de decisões.

De fato, dos 16 países apontados pelo Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas com alto desenvolvimento humano e redução do total de suas emissões de gases de efeito estufa entre 1990 e 2004, 13 deles tinham uma proporção maior de mulheres eleitas em cargos representativos do que a média.
Se nenhuma medida for tomada, as mudanças climáticas aumentarão a inegalidade de gênero, fazendo com que seja muito menos provável que as metas de desenvolvimento do milênio sejam atingidas. O principal valor esquecido em Copenhague foi a falta de priorizar os mais pobres e vulneráveis, mulheres em sua maioria, de acordo com a estatística (...)
Dando mais voz às mulheres nas tomadas de decisões contra a mudança climática e fazendo ações maiores pela igualdade de gênero não somente poderia evitar consequências desastrosas do aquecimento global, mas também fazer progressos em direção a uma sociedade mais igualitária (Bernadette Vallely, fundadora da WEN, 2010)
[Tree Hugger]

2 Comentário(s):

Luiz Penna 13 de mar. de 2010, 13:37:00  

Esse tema é uma prioridade mundial. Sinto que chegamos em uma fase complicada. Como no Brasil, a nossa educação e cultura foram massacradas, a população está a cegas quanto ao que fazer. A maioria das pessoas não leu nada, não teve a chance de interagir em ambientes produtores de bens simbólicos [teatro, opera e exposições de artes plásticas] agora sofre as consequências de uma ideologia comportamental de dominação. Erraram os políticos, o setor industrial, os intelectuais... A lista é enorme.
Mas a sua análise é bastante interessante. Vale para darmos o chute inicial.

Anônimo,  20 de nov. de 2010, 08:35:00  

Quando digo aos meus amigos e amigas que o movimento feminista anti-sexista tem ainda muito o que fazer, eles me ironizam. Aliás, pensar desta forma é regra atualmente, tempo em que parece ser proibido pensar...E há ainda quem cultive o ódio pelo movimento feminista culpando-o pela "desintegração da Família".É mole?
Especialmente em países onde o Estado não é laico a situação feminina é ainda mais degradada.Será por acaso? Se não bastasse a restrição aos direitos mais básicos, como ir à escola e ter uma infância livre de trabalhos desgastantes, ainda são mais vítimas do aquecimento Global que os homens. Está aí mais uma restrição de direitos à mulher, o direito de sobreviver às intempéries. Lamentável!

Flávia Luz Ahlmann

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