O rio Itapecerica de Divinópolis requer maior atenção


Chegou a hora de fazer as contas e ver o que vai sobrar do rio Itapecerica e dos mananciais que o alimentam. Politicagem de lado, mangas arregaçadas, espírito de cooperação e mutirão (como estimulava o saudoso Simão Salomé de Oliveira), são as melhores atitudes.
Memórias de uma época - VI

20111015

Unidos por uma mudança global

Hoje, mais de um milhão de pessoas promoveram manifestações anticapitalistas em todos os continentes (82 países: 951 cidades).

As manifestalções multitudinárias contra governos autoritários do Oriente Médio convocadas por meio de redes sociais parece vir espalhando-se pelo planeta. As mobilizações são resultados de aspectos nefastos da crise capitalista, descritos pelo jornalista português Milton Alves como
[...] dominação da oligarquia financeira, dos banqueiros e especuladores globais, que mais uma vez querem jogar o pesado ônus da barbárie capitalista nas costas dos trabalhadores e das populações empobrecida (Milton Alves, 15-10-2011)
O Manifesto pela democracia participativa; pela transparência nas decisões políticas e pelo fim da precariedade de vida, publicado pelo site organizador do evento "15.O" informa que os cidadãos vão
[...] para a rua, na Europa e no Mundo, de forma não violenta, expressar a nossa indignação e protesto face ao atual modelo de governança política, econômica e social. Um modelo que não nos serve, que nos oprime e não nos representa.
Os governos exercem uma falsa democracia, em que as decisões estão restritas aos gabinetes e salas fechadas de parlamentos, ministérios e instâncias internacionais. Não há controle de qualquer natureza para o cidadão, feito refém de um modelo econômico-financeiro especulador, “sem preocupações sociais ou ambientais e que fomenta as desigualdades, a pobreza e a perda de direitos à escala global”, segundo o Manifesto do "15.O".
Está na hora de mostrar a estes senhores e a estas medidas de austeridade e seus trágicos danos, que as pessoas não são descartáveis, não são acessórios de jogos bolsistas, não são artigo de transacção financeira. São pessoas (José Maria Cardoso, in Esquerda.net, 15-10-2011).

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20110506

A terceira morte de Bin Laden

Um corpo foi lançado ao oceano Índico pelos tripulantes do porta-aviões USS Carl Vinson. Poderia ser de Bin Laden, mas poderia ser de qualquer outra pessoa


Em todo caso, parece que não foi fácil capturar o xeque Bin Laden. Uma das missões mais prolongadas e caras em que o Estados Unidos e seus aliados se envolveram. Foram 10 anos de buscas, mais de 900 mortes, mais de um trilhão de dólares. Agora, o inimigo ideal está morto, por execução sumária em seu esconderijo na cidade turística de Abbottabad (Paquistão).

Muitas considerações foram feitas sobre a controvertida ação militar dos EEUU. À luz do direito internacional, houve uma invasão militar no Paquistão (que não sabia da missão), configurando-se um crime. Outra questão foi o destino do corpo de Bin Laden que, segundo a tradição islâmica, deveria ser enterrado e não jogado no mar. Detalhes da operação, cercados de incoerências, desinformação e mentiras, chegaram a dar a impressão de que o xeque da Al Qaeda não tinha morrido ou se tivesse o fora por métodos inaceitáveis pela ética mundial.

Segundo o colunista Walter Hupsel (Yahoo), o assassinato de Osama Bin Laden pode ser interpretado de duas maneiras:
[...] ou se acredita que foi um ato de uma guerra, ou aquilo foi simplesmente uma execução sumária, um crime com o agravante da ocultação de cadáver. Queima-de-arquivo (alguém aí lembra como surgiu a Al Qaeda? As ligações dos Mujahedins do Afeganistão com a CIA? Da amizade de Bin Laden com a maior ditadura árabe, a saudita, que é o grande aliado dos EUA no Oriente Médio?).
Segundo Hupsel, Osama ganhou notoriedade e legitimidade entre os muçulmanos cansados das interferências dos EUA nos seus países e se tornou o catalizador dos fundamentos islâmicos. Foi um ícone, “contraditoriamente bem ‘ocidental’, bem estadunidense” e provocou medo e terror pelo mundo. Tornou-se um inimigo de fachada dos Estados Unidos ao assumir a destruição das torres gêmeas de Nova Iorque, em 2001 (“um sonho que se transformou em realidade”). Com esse feito, abriu espaço para que os Estados Unidos interviessem em qualquer lugar do planeta sob o argumento de que ali possa estar uma ameaça à paz mundial.
Além do mais, o ‘patriot act’ suspendeu garantias e direitos individuais, deu ao governo dos EUA poderes nunca vistos numa democracia, suspendeu o direito de defesa pra qualquer um que fosse por eles declarado 'suspeito' de ser terrorista. Criou um vazio jurídico, um não lugar, a exceção. (...) Osama foi fundamental para os devaneios dos “neo-cons”. Deu a eles o que queriam. E estes moldaram o começo do novo século.

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20110121

Um sinal de alerta letal

O maior desastre natural da história do Brasil foi um sinal de alerta para a necessidade de planejamento, monitoramento e educação sobre as áreas de risco, sem politicagem, sem especulação imobiliária

Cenário semelhante à passagem de um furação ou de um terremoto de sete graus Richter: desolação na destruição!~~ Qual a perspectiva?

Nos últimos quatro anos, o Brasil tem enfrentado chuvas torrenciais e deslizamentos de terra devastadores, mas não comparados às deste janeiro que se transformou numa tragédia não apenas (como sói acontecer) para moradores pobres de périferia urbana, mas também ricos moradores de mansões luxuosas, pegando-os de surpresa enquanto dormiam.

Um fato lamentável é que as autoridades e cientistas já sabiam disso, mas pouco fizeram para evitar danos maiores e milhares de vidas perdidas. São crescentes as acusações de planejamento irresponsável por parte das autoridades civis. Parece que não avaliaram a real dimensão desses fenômenos naturais que se tornaram frequentes nas principais cidades brasileiras. É a perigosa banalização das mudanças climáticas e das alterações da crosta terrestre, que impede de antecipar e acreditar nos eventos que se sucedem com mais regularidade apesar das interpretações estatísticas de fundo não alarmista.

Outro fato lamentável é que, na década passada, a região serrana (que envolve três estados) passou a ser objeto de estudos (patrocinado pelo governo federal), que promoveu levantamentos das áreas de risco, identificando as mais perigosas (só em Terezópolis, há 93), mas nada foi feito, talvez para não atrapalhar a economia imobiliária que tira proveito da ocupação ilegal, sob a vista grossa dos políticos que temem as críticas daqueles que investiram nessas áreas. As imagens de janeiro de 2010 são muito parecidas com as deste ano: inundaçõe e casas de favelas levadas morro abaixo, diferindo, porém, no número de mortos, desaparecidos e famílias afetadas pela enxurrada ou soterradas por deslizamentos de terra.

Sem monitoramento, planejamento e alerta oficial tudo pode acontecer

Como se percebe, as responsabilidades pelo problema estão em todos os níveis do Estado. A prevenção não faz parte dos discursos dos políticos que se interessam mais por ações imediatas, que dão mais retorno eleitoral. O próprio governo federal havia admitido, em novembro passado, que não havia implementado nenhuma das medidas recomendadas para informar, educar e alertar comunidades sob risco, nem mesmo com a criação de um banco de dados ou um site na internet. Notícias de última hora, dão conta de que havia equipamentos e aparelhos instalados em várias pontos das áreas de risco, mas não estavam funcionando por falta de recursos humanos, ou seja, estavam desligados.

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